AS PROVAS DO ÊXODO


Quanto mais são feitas pesquisas sobre os relatos bíblicos, mais provas vão surgindo que revelam a veracidade deste livro maravilhoso.

Não existe livro tão perfeito como a Bíblia. Simplesmente não é possível invalidar suas palavras.
Isso ocorre porque os seus escritores inspirados por Deus se preocuparam em escrever apenas o que lhes era mandado.
Não há na Bíblia manipulação em palavras. Os escritores não estão preocupados em emocionar, ou transmitir uma atmosfera. Pelo contrario, muitos deles simplesmente se prendiam em apenas documentar de forma inexpressiva os fatos que ocorriam em suas épocas.
Agora que já vimos que os fatos referentes a abertura do Mar Vermelho não são apenas uma fábula como afirmam muitos eruditos do nosso tempo, e acreditamos já ter provado na matéria anterior com uma grande quantidade de provas históricas de que os personagens bíblicos envolvidos não são somente obras de uma ficção, e que os fósseis humanos encontrados no Mar Vermelho podem ser a prova da famosa abertura do Mar por Moisés. Gostaríamos de apresentar também mais provas referentes aos acontecimentos bíblicos que ocorreram depois da passagem do Mar Vermelho.
Após Deus ter arrancado com mão forte o seu povo da escravidão no Egito, e ter afligido aquela terra com pragas e sinais incríveis nunca antes vistos, o povo de Israel começou a sua caminhada a terra prometida, terra que Deus havia prometido a Abraão. Essa caminhada durou quarenta anos e o povo viveu momentos marcantes em sua historia.
Durante os anos no deserto Deus preparou Israel para ser seu povo. Batalhas aconteceram onde a fé de muitos era provada. Traidores se revelaram e muitos desafios tiveram que ser vencidos.
No entanto começava ali o nascimento de uma tradição que se perpetua até hoje. Tradições como:
Os dez mandamentos e a Lei de Deus.
O Tabernáculo, modelo de local de adoração dado por Deus.
A arca da Aliança, símbolo do antigo pacto entre Deus e os homens.
Leis de Sacrifícios de animais foram estabelecidas com mais firmeza para aplacar a ira de Deus pelo pecado do seu povo.
Mas seriam estas coisas realmente verdade?
Teriam realmente ocorrido tais eventos?
Muitos estudiosos afirmam também serem estes acontecimentos apenas um reflexo moral e não acontecimentos realmente verdadeiros. Afirmam serem apenas uma simbologia que nunca teria acontecido realmente.
No entanto os registros históricos e arqueológicos não apóiam estas teorias.
Gostaríamos de documentar agora provas arqueológicas de que não só a travessia do Mar foi uma historia real, mais também o que aconteceu depois disso.
Depois que Moisés fez os Israelitas partirem do Mar Vermelho e saíram ao deserto de Sur; e andaram três dias no deserto, e não acharam água (Êxodo 15.22). Então chegaram a Mara; mas não puderam beber das águas de Mara, porque eram amargas (Êxodo 15.22).
Bem proximo do Mar Vermelho arqueologos encontraram fontes antigas que continham aguas muito amargas que não podiam ser bebidas. Isto comprovaria que as narrativas depois da travessia do Mar também podem ser perfeitamente reais.
Em 1988 o explorador Bob Cornuke e seu amigo Larry Williams encontraram uma fonte de águas amargas próximo ao Mar Vermelho. As fotos abaixo mostram o local.
Nos montes deste local arqueólogos Sauditas escavaram cavernas como a da foto abaixo. Informaram ao explorador Bob Cornuke que encontraram escrituras sobre a passagem de Moisés pelo local bem como as tumbas de Jetro e Zípora. Porém esta informação não foi confirmada.
Os textos bíblicos também declaram que em um dado momento no deserto quando o povo estava próximo ao monte Horebe, o povo murmurou a Moises por que tinha sede e Moisés pegando seu cajado feriu um rocha e ela verteu água, e ali se formou uma fonte.
Foi encontrada por arqueologos uma rocha exatamente nestas proximidades onde pode-se comprovar que durante muitos anos uma fonte brotou dela, pois haviam claros sinais de erosão por água e um pequeno vale formado por escoamente de aguas.
A rocha em Horebe (Massá e Meribá), em Refidim, e uma vista da fenda por onde saía a água (Êxodo 17.6). Nota-se a erosão e o alisamento provocados pela nascente. Sua localização é próxima ao Monte Sinai (Êxodo 3.1), a menos de 24h a pé (Êxodo 19.1-2).
Eis que eu estarei ali diante de ti sobre a rocha, em Horebe, e tu ferirás a rocha, e dela sairão águas... (Êxodo 17.6)
Neste mesmo local ocorreu a guerra contra os Amalequitas. Após a vitória Moisés construiu um altar em agradecimento ao Senhor e chamou o lugar de "Jeová-Níssi" (O Senhor é Minha Bandeira).
Curiosamente como de costume se pode comprovar este fato pois arqueólogos encontraram um altar de pedras neste lugar. Provável local onde Jetro ofereceu holocausto e sacrifício (Êxodo 18.12).
Então veio Amaleque, e pelejou contra Israel em Refidim. (Êxodo 17.8)
Em Êxodo 3.12 confirma que o Monte Sinai localiza-se fora do Egito e que Moisés esteve no local quando apascentava as ovelhas de Jetro, seu sogro e sacerdote de Midiã, região noroeste da Arábia (Êxodo 3.1). Portanto o Monte Sinai não poderia ser tão distante do local onde Moisés vivia, como vem sendo informado durante séculos.
Depois de realizadas buscas nas áreas da rota do Êxodo a partir de 1761, foi então encontrado na Arábia Saudita o que se chama hoje de o verdadeiro Monte Sinai. Neste lugar bastante amplo existem evidências mostradas nos livros de Moisés como pode-se ver nas fotos abaixo tiradas em 1984. Em Gálatas 4.25 confirma que o Monte Sinai fica na Arábia! Em árabe a região montanhosa se chama "Jebel El Lawz" e os árabes beduínos da região a chamam de "Jebel Musa" (Montanha de Moisés).
O pico do monte está "queimado" (carbonizado) conforme descrito em Êxodo 19.18-20, 24.17 e Deuteronômio 4.11. Exploradores quebraram algumas rochas e comprovaram que são de granito e escuras apenas por fora! É o local mais alto da região (mais de 60 metros de altura). Fica ao centro e na parte traseira da montanha.
 
A foto de satélite abaixo mostra a diferença geográfica entre o tradicional Monte Sinai em AZUL (na península do Sinai), e o encontrado com evidências em AMARELO (na Arábia Saudita). Em VERDE a praia onde acamparam os hebreus e a travessia do Mar Vermelho (no Golfo de Ácaba). Como mencionamos antes este monte possui todas as evidências necessárias para ser o local descrito na Bíblia devido as descobertas arqueológicas no local.
Mas o que podemos encontrar de mais espantoso nesta região no que diz respeito aos relatos bíblicos nesta parte deste sitio arqueológico, hoje reconhecido pelos árabes como patrimônio da humanidade, listaremos a baixo:
Altar do Bezerro de Ouro feito por Arão (Êxodo 32.5,19). Situado ao pé de um monte a cerca de 1500m de Horebe. Reconhecido pelas autoridades Árabes como tesouro arqueológico protegido hoje por guardes e cercado por uma proteção.
Muitos desenhos (petróglífos) de vacas e touros no estilo egípcio foram encontrados no altar. Os árabes ficaram admirados com a descoberta pelo fato deste estilo não ter sido achado em qualquer outro lugar na Arábia Saudita. Os Israelitas da época eram totalmente aprofundados na cultura egípcia, podendo perfeitamente desenhar como de costume no Egito, Aqui estão alguns deles:
 
Também pôde ser encontrado restos de 12 colunas e um altar (Êxodo 24.4). Que foram recolhidas partes das pedras e levadas pelo governo árabe para uma mesquita na cidade de Hagl, assim que tomaram conhecimento das descobertas de Ronald Wyatt. Pois Moisés é reconhecido pelos árabes como profeta.
 
Barreira de poços feita por Moisés para delimitar a área sagrada (Êxodo 19.23). O arraial dos hebreus situava-se atrás, da esquerda para a direita cobrindo toda a área entre os montes.
No monte em frente ao pico existem pedras em forma de tábuas (Êxodo 24.12). Notar que há uma árvore crescendo entre as pedras. Logo abaixo destas existe uma caverna (parte escura um pouco abaixo do centro da imagem). Acredita-se ser a mesma na qual Elias se refugiou quando temeu a Jezabel (1 Reis 19.8-9), esposa do rei israelense Acabe.
 
Reportagens do jornal Discovery Times sobre os achados arqueológicos na integra (recortes dos jornais).
As colunas comemorativas no local da travessia, os restos dos carros dos egípcios no fundo do mar, o pico do monte carbonizado e as outras evidências de inestimável valor, tornam a descoberta de Ronald Wyatt incontestáveis.
Fonte:

JESUS E A ARQUEOLOGIA

Seguindo um ponto tradicional, o objeto de estudo da arqueologia seria apenas o estudo das "coisas", particularmente os objetos criados pelo trabalho humano (os "artefatos"), que constituiriam os "fatos" arqueológicos reconstituíveis pelo trabalho de escavação e restauração por parte do arqueólogo. Essa concepção encontra-se muito difundida entre aqueles que consideram ser a tarefa do arqueólogo simplesmente fazer buracos no solo e recuperar objetos antigos. Na verdade, a palavra arqueologia deriva do grego e significa "conhecimento dos primórdios" ou "relato das coisas antigas". Tive inclusive em Janeiro de 2011 o privilégio de participar de uma escavação arqueólogica em Israel e digo com toda a certeza que arqueologia não é Indiana-Jones. A arqueologia tem, nos últimos anos, alargado seu campo de ação para o estudo da cultura material de qualquer época, passada ou presente. A arqueologia industrial, por exemplo, estuda construções e objetos ligados à indústria, no passado e no presente. A arqueologia histórica constitui outro exemplo do estudo do passado recente e do próprio presente, pela arqueologia contemporânea. Mas existe uma outra parte da arqueologia divulgada muito mais nas últimas décadas pela quantidade de achados que estão ajudando a sua teoria a ser comprovada:A arqueologia bíblica.A arqueologia bíblica estuda restos materiais relacionados direta ou indiretamente com os relatos bíblicos e com a história das religiõesjudaico-cristãs. E é sobre a sua relação com a veracidade histórica de Cristo que iremos falar hoje neste artigo.Jesus existiu?"Flávio Josefo (37-100 d.C), um historiador judeu que se aliou aos romanos, escreveu um clássico tratado sobre a história dos judeus, desde os primórdios até o primeiro século d.C., período em que ele mesmo vivera. Ele menciona nominalmente Jesus em pelo menos 3 ocasiões, embora a última seja reconhecidamente uma interpolação tardia e, portanto, não merece ser avaliada.
Mas, numa designação muito clara do ministério de Jesus, ele escreveu:

'Por esse tempo, surgiu Jesus, homem sábio (se é que na realidade se pode chamar de homem). Pois era obrador de feitos extraordinários e mestre dos homens que aceitam alegremente coisas estranhas. Ele arrastou após si muitos judeus e muitos gregos. Era considerado o Messias. Embora Pilatos, por acusações de nossos chefes, O condenasse à cruz, aqueles que O tinham amado desde o princípio não cessaram de proclamar que, passado o terceiro dia, Ele apareceu-lhes novamente vivo. Os profetas de Deus tinham respeito por Ele. Ademais, até o presente, a estirpe dos cristãos, assim chamada por referência a Ele, não cessou de existir.' "

Nesse texto podemos ver claramente a visão de Josefo sobre o mestre e seus milagres. Ele não era seu seguidor e portanto não teria porque repetir o testemunho de seus feitos. Josefo, provavelmente não teria visto pessoalmente nenhum dos milagres (ele nasceu depois de sua morte), mas conheçeu testemunhas pessoais dos fantásticos acontecimentos relacionados ao ministério dEle.

Mas, será que existe algum relato romano sobre cristo?
O historiador Tácito que, por volta do ano 115 mencionou o incêndio de Roma de 64 d.C. e mencionou a perseguição de Nero aos cristãos e o nome de Cristo que, segundo ele, não era um título mas um nome.

Os essênios e o Cristianismo

Seguindo o entusiasmo inicial provocado pela descoberta dos rolos do Mar Morto e a publicação das obras principais dos essênios, vários estudiosos procuraram estabelecer paralelos entre as idéias religiosas e as práticas dos essênios e a igreja cristã primitiva.
Mas se há alguma semelhança entre os ensinos de cristo e a seita, é porque ambos remontam à mesma fonte: o velho testamento.
Não há nenhuma evidência de contato entre Jesus e a comunidade de Qumram, por outro lado, João Batista, durante sua longa permanência no deserto poderia ter algum contato com os essênios. Isto não quer dizer que João aprendeu algo com os essênios.
Os Essênios não eram os únicos a advogar uma vida de ceticismo ou a praticar o batismo. Se João partilhava com os essênios a expectativa do Messias, a qual se considerava o precursor, havia inúmeros outros israelitas que acariciavam a mesma esperança. Convém mostrar que em contraste com os essênios que viviam no deserto, João dirigia sua palavra a todos e não apenas a uma elite espiritual. Além disso, o batismo realizado por João era feito uma só vez e não várias vezes como os essênios faziam.

Baixo império-romano: o início da perseguição

Jesus pregou suas idéias durante o governo de Otávio Augusto (27 a.C. - 14 a.C). Após a morte de Jesus, as idéias cristãs se propagaram por todo o império, conquistando um considerável número de adeptos.
Mas porque a propagação do cristianismo tornou-se um problema para Roma?
As idéias defendidas por Cristo eram completamente opostas a religiao romana, inclusive colocando em dúvida o caráter divino do imperador. O cristianismo foi abraçado pela maioria da população, especialmente por escravos , que se identificaram com o princípio de igualdade entre os homens diante de um único Deus.

ICHTUS?

Se você pensa que a cruz de cristo é o símbolo cristão mais antigo, está errado. Na verdade a cruz nem símbolo cristão é.
A cruz, era um dos métodos mais cruéis e brutais de morte criado pelos romanos, o que não se adapta muito a uma religião que prega o amor de uns aos outros, não acha?
O peixe, o verdadeiro símbolo cristão. Os cristão primitivos usavam o desenho de um peixe como código de identificação. A palavra ICHTUS, "peixe" em grego, servia para traduzir a expressão Jesus (Iesous) Cristo (CHristos) Filho de Deus (THeou Uios) Salvador (Sôter). Preste atenção nas iniciais em negrito.

A Destruição de Jesrusalém

Lucas 21:6 Quanto a estas coisas que vedes, dias virão em que não se deixará pedra sobre pedra, que não seja derrubada.

No ano de 66 d.C. a revolta judaica começou inicialmente devido a tensões religiosas entre gregos e judeus com protestos anti-taxações e ataques a cidadãos romanos. Terminou quando as legiões romanas sob o comando de Tito sitiaram e destruíram o centro da resistência rebelde em Jerusalém e derrotaram as restantes forças judaicas.
Segundo Josefo, os romano ficaram horrorizados ao verem que com o cerco "mães se alimentavam da carne de seus próprios filhos para poderem sobreviver". As pessoas pensaram que se refugiando no templo estariam a salvo já que a ordem de Tito era de não o destruir. Mas um soldado no quente da batalha atirou uma flecha flamejante no templo e assim segundo Josefo, o sangue escorria pelas paredes como água. O templo era feito de ouro e os soldados no dia seguinte tentaram tirar o ouro de dentro das pedras e assim a profecia acaba se cumprindo. Outra vez, as muralhas e o templo de Jeová (que o rei Herodes ampliara e embelezara, tornando-o portentoso) foram destruídos, e o resto da cidade voltou a ficar em ruínas.

Conclusão

Por mais que arqueologia possa provar a veracidade do Jesus histórico, nada vai mudar em sua vida se você não tiver fé e acreditar que sua vida pode ter um rumo diferente. "Ele há de voltar assim como prometeu e mesmo que a arqueologia não possa 'provar' isso, podemos verificar nos rastros do passado as evidências e os passos de um Deus que se aproxima. Vislumbrar Sua face entre as nuvens e anjos no céu será, sem dúvida, o maior de todos os achados!"

Wesley Alfredo G. de Arruda é estudante, se interessa por arqueologia desde os seus quatro anos. Participou de um sítio arqueológico em Israel e visitou muitos em Egito e na Jordânia.
Fontes:
Escavando a Verdade - Rodrigo Silva
O Significado Bíblico da História - S. J. Schwantes
A nossa Bíblia e os Manuscritos do Mar Morto - Renato E. Orberg
Dicionário da Bíblia de Almeida - SCB
E Bíblia tinha Razão - Werner Keller
Arqueologia - Pedro Paulo Funari
História - Márcia Hipólide
Arqueologia - S. J. Schwantes´

DEVEMOS SEGUIR O NOVO OU O VELHO TESTAMENTO?

DEVEMOS SEGUIR O NOVO OU O VELHO TESTAMENTO?


 



COMPAREMOS OS DOIS E TIREMOS NOSSAS CONCLUSÕES:

Antigo Testamento - Moisés recomendou: "NÃO RECORRAIS AOS PROFETAS, NEM CONSULTEIS OS ESPÍRITOS PARA NÃO VOS TORNARDES IMPUROS. " (Lv 19,31). Mas, o mesmo Moisés disse: "QUEM DERA TODA ISRAEL PROFETIZASSE ASSIM." Ele se referia a Eldade e Medade que usavam sua mediunidade para curar, orientar e ajudar. Então, Moisés não era contra o profetismo e sim contra o mal profetismo, ou seja, a exploração do profetismo (Num. 11. 16, 17:24-29) . 

Novo Testamento – (Atos 2:17 a 18) – “(...) DERRAMAREI DO MEU ESPÍRITO SOBRE TODA CARNE VOSSOS FILHOS E-VOSSAS FILHAS PROFETIZARÃO,VOSSOS JOVENS TERÃO VISÕES,E VOSSOS VELHOS, SONHOS. NAQUELES-DIAS, DERRAMAREI MEU ESPÍRITO SOBRE MEUS-SERVOS-E-SOBRE-MINHAS SERVAS, E ELES PROFETIZARÃO. - Por que nos fazer profetas se no Antigo Testamento a lei proíbe que os procuremos?
Antigo Testamento - OS FILHOS DEVEM PAGAR PELOS PECADOS DOS PAIS (Exôdo, 20:5).

Novo Testamento - Em Rom. 14:12 diz: "CADA UM DE NÓS DARÁ CONTAS DE SI MESMO PARA DEUS." Se prestaremos contas de nossos erros, como pagaremos pelos erros (pecados) dos outros?

Antigo Testamento - QUEM TRABALHAR NO SÁBADO SERÁ MORTO (Exôdo, 35:2) – Devemos matar os médicos, enfermeiros, bombeiros, e tantos outros profissionais que trabalham nesse dia?

 Novo Testamento - Jesus disse aos que o perguntaram se era lícito curar no sábado: "QUAL DE VOCÊS NÃO SOCORRERÁ UMA OVELHA QUE CAIR NUMA COVA NO SÁBADO?" (Mateus, 12: 9 a 14)
Antigo Testamento - OS FILHOS DESOBEDIENTES E REBELDES, QUE NÃO OUÇAM SEUS PAIS E SE COMPROMETAM NO VÍCIO, SERÃO APEDREJADOS ATÉ A MORTE (Deuteronômio, 21:18-21) – Quantas igrejas, templos, estariam vazios, pois a maior parte foram, ou são, filhosdesobedientes e rebeldes. Devemos seguir o perdão que Jesus ensinou ou devemos sair matando e transgredindo a lei de Deus que diz: “NÃO MATARÁS” . 
Antigo Testamento - O HOMOSSEXUALISMO SERÁ PUNIDO ATÉ A MORTE (Levítico, 20:13). Hoje, até representantes religiosos seriam mortos se levássemos esta lei ao pé da letra. E a parada gay seria uma chacina.
Antigo Testamento - DEFICIENTES FÍSICOS ESTÃO PROIBIDOS DE APROXIMAR-SE DO ALTARDO CULTO, PARA NÃO PROFANÁ-LO COM SEU DEFEITO (Levítico, 21: 17-23) – E os deficientes “morais” podem profanar? Chega de inclusão social? Os deficientes físicos não são filhos de Deus?

 Novo Testamento - "TUDO QUE FIZERDES AO MENOR DE MEUS IRMÃOS, A MIM QUE FAZEIS" (Mat. 25:40)

Antigo Testamento - OS ADÚLTEROS SERÃO APEDREJADOS ATÉ A MORTE (Deuteronômio, 22:22) – E no mesmo Antigo Testamento diz: “NÃO MATARÁS” 

Novo Testamento: - PERDOAI A QUEM LHE TENHA OFENDIDO (Mateus 6:12)

Antigo Testamento: "DEUS CONDENA À MORTE À TODO AQUELE QUE INVOCAR OUTRO ESPÍRITO QUE NÃO ELE." - (Deut. 13:1-18).

 Novo Testamento: Jesus evocou os "mortos" Elias e Moisés (o dono da proibição) na passagem da transfiguração (Luc. 9:29-36). Jesus transgrediu a lei de Moisés? Este puxou a orelha de Jesus? Claro que não. Ali Jesus mostrou que é possível a comunicação com os mortos e liberou assim esta prática, desde que para fins sérios e úteis.
Lembremos que um doutor da lei testou Jesus perguntando qual era o maior mandamento da Lei (Mosaica), e Jesus respondeu: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, este é o maior e o primeiro mandamento (Deuteronômio 6:5). E o segundo, semelhante a este é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo (Levítico 19:18). Estes dois mandamentos contém toda a lei e os profetas.
A Lei são as regras contidas nos 5 primeiros livros da Bíblia atribuídos a Moisés: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Uma parte são leis civis, disciplinares, e humanas; a outra parte são revelações feitas por Bons Espíritos em nome de Deus e através de Moisés (os 10 Mandamentos).

Os Profetas são os demais livros do Velho Testamento (Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, etc.).
Jesus demonstrou como sempre, perfeito conhecimento das escrituras e retirou delas dois mandamentos da legislação mosaica (leis de Moisés) e usou para resumir o Velho Testamento.
Portanto, embora estudem também o Velho Testamento, é o Novo Testamento que os espíritas dão maior importância e valor, porque nele está o cerne doutrinário do Cristianismo, o ensinamento espiritual do Cristo, revelação mais avançada e aperfeiçoada que a de Moisés.

OBSERVEMOS: O Velho Testamento é seguido pelos judeus, seguidores da religião chamada Judaismo, onde há leis escritas por Moisés. Os judeus não aceitam Jesus como o Messias prometido porque acham que Ele não preencheu as profecias messiânicas; porque o Cristianismo contradiz a teologia judaica e porque os versículos bíblicos "referindo-se" a Jesus são traduções incorretas. Então, o Novo Testamento deveria ser as únicas escrituras seguidas pelas religiões cristãs: Espiritismo, Catolicismo, Protestantismo, etc., onde há os ensinamentos do Cristo.
(Texto de Rudymara http://grupoallankardec.blogspot.com)

COMO A BÍBLIA CHEGOU ATÉ NOS.

COMO A BÍBLIA CHEGOU ATÉ NOS.



A questão de quais livros pertencem à Bíblia é chamada questão canônica. A palavra cânon significa régua, vara de medir, regra, e, em relação à Bíblia, refere-se à coleção de livros que passaram pelo teste de autenticidade e autoridade; significa ainda que esses livros são nossa regra de vida. Como foi formada esta coleção?

Os Testes de Canonicidade
Em primeiro lugar é importante lembrarmos que certos livros já eram canônicos antes de qualquer teste lhes ser aplicado. Isto é como dizer que alguns alunos são inteligentes antes mesmo de se lhes ministrar uma prova. Os testes apenas provam aquilo que intrinsecamente já existe. Do mesmo modo, nem a Igreja nem os concílios eclesiásticos jamais concederam canonicidade ou autoridade a qualquer livro; o livro era autêntico ou não no momento em que foi escrito. A Igreja ou seus concílios reconheceram certos livros como Palavra de Deus e, com o passar do tempo, aqueles assim reconhecidos foram colecionados para formar o que hoje chamamos de Bíblia.
Que testes a Igreja aplicou?
1) Havia o teste da autoridade do escritor. Em relação ao A.T., isto significava a autoridade do legislador, ou do profeta, ou do líder em Israel. No caso do N.T., o livro deveria ter sido escrito ou influenciado por uma apóstolo para ser reconhecido. Em outras palavras, deveria ter a assinatura ou aprovação de uma apóstolo. Pedro, por exemplo, apoiou a Marcos, e Paulo a Lucas.
2) Os próprios livros deveriam dar alguma prova intrínseca de seu caráter peculiar, inspirado e autorizado por Deus. Seu conteúdo deveria de demonstrar ao leitor como algo diferente de qualquer outro livro por comunicar a revelação de Deus.
3) O veredicto das igrejas quanto à natureza canônica dos livros era importante. Na verdade, houve uma surpreendente unanimidade entre as primeiras igrejas quanto aos livros que mereciam lugar entre os inspirados. Embora seja fato que alguns livro bíblicos tenha sido recusados ou questionados por alguma minoria, nenhum livro cuja autenticidade foi questionada por uma número grande de igrejas veio a ser aceito posteriormente como parte do cânon.

A Formação do Cânon
O cânon da Escritura estava-se formando, é claro, à medida que cada livro era escrito, e completou-se quando o último livro foi terminado. Quando falamos da “formação” do cânon estamos realmente falando do reconhecimento dos livros canônicos pela Igreja. Esse processo levou algum tempo. Alguns afirmam que todos os livros do A.T. já haviam sido colecionados e reconhecidos por Esdras, no quinto século AC. Referências nos escritos de Flávio Josefo (95 DC) e em 2 Esdras 14 (100 DC) indicam a extensão do cânon do A.T. como os 39 livros que hoje aceitamos. A discussão do chamado Sínodo de Jamnia (70-100 DC) parece ter partido deste cânon. Nosso Senhor delimitou a extensão dos livros canônicos do A.T. quando acusou os escribas de serem culpados da morte de todos os profetas que Deus enviara a Israel, de Abel a Zacarias (Lc 11.51). O relato da morte de Abel está, é claro, em Gênesis; o de Zacarias se acha em 2 Crônicas 24.20,21, que é o último livro na disposição da Bíblia hebraica (em lugar de nosso Malaquias). Para nós, é como se Jesus tivesse dito: “Sua culpa está registrada em toda a Bíblia - de Gênesis a Malaquias”. Ele não incluiu qualquer dos livros apócrifos que já existiam em Seu tempo e que continham relatos das mortes de outros mártires israelitas.
O primeiro concílio eclesiástico a reconhecer todos os 27 livros do N.T. foi o concílio de Cartago, em 397 DC. Alguns livros do N.T., individualmente, já haviam sido reconhecidos como canônicos muito antes disso (2Pe 3.16; 1Tm 5.18) e a maioria deles foi aceita como canônica no século posterior ao dos apóstolos (Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João e Judas foram debatidos por algum tempo). A seleção do cânon foi um processo que continuou até que cada livro provasse o seu valor, passando pelos testes de canonicidade.
Os doze livros apócrifos do A.T. jamais foram aceitos pelos judeus ou por nosso Senhor no mesmo nível de autoridade dos livros canônicos. Eles eram respeitados, mas não foram considerados como Escritura. A Septuaginta (versão grega do A.T. produzida entre o terceiro e o segundo século AC) incluiu os apócrifos com o A.T. canônico. Jerônimo (c. 340 - 420 DC), ao traduzir a Vulgata, distinguiu entre os livros canônicos e os eclesiásticos (que eram os apócrifos), e essa distinção acabou por conceder-lhe uma condição de canonicidade secundária. O Concílio de Trento (1548) reconheceu-os como canônicos, embora os reformadores tenham rejeitado tal decreto. Em algumas versões protestantes dos séculos XVI e XVII, os apócrifos foram colocados à parte.

O Texto de Que Dispomos É Confiável?
Os manuscritos originais do A.T. e suas primeiras cópias foram escritos em pergaminhos ou papiro, desde o tempo de Moisés (c. 1450 AC) até o tempo de Malaquias (400 AC). Até a sensacional descoberta dos Rolos do Mar Morto em 1947, não possuíamos cópias do A.T. anteriores a 895 DC. A razão de isto acontecer era a veneração quase supersticiosa que os judeus tinha pelo texto e que os levava a enterrar as cópias, à medida que ficavam gastas demais para uso regular. Na verdade, os massoretas (tradicionalistas), que acrescentaram os acentos e transcreveram a vocalização entre 600 e 950 DC, padronizando em geral o texto do A.T., engendraram maneiras sutis de preservar a exatidão das cópias que faziam. Verificavam cada cópia cuidadosamente, contanto a letra média de cada página, livro e divisão. Alguém já disse que qualquer coisa numerável era numerada. Quando os Rolos do Mar Morto ou Manuscrito do Mar Morto foram descobertos, trouxeram a lume um texto hebraico datada do segundo século AC de todos os livros do A.T. à exceção de Ester. Essa descoberta foi extremamente importante, pois forneceu um instrumento muito mais antigo para verificarmos a exatidão do Texto Massorético, que se provou extremamente exato.
Outros instrumentos antigos de verificação do texto hebraico incluem a Septuaginta (tradução grega preparada em meados do terceiro século AC), os targuns aramaicos (paráfrases e citações do A.T.), citações em autores cristãos da antiguidade, a tradução latina de Jerônimo (a Vulgata, c. 400 DC), feita diretamente do texto hebraico corrente em sua época. Todas essas fontes nos oferecem dados que asseguram um texto extremamente exato do A.T.
Mais de 5.000 manuscritos do N.T. existem ainda hoje, o que o torna mais bem documentado dos escritos antigos. O contraste é surpreendente.
Além de existirem muitas cópias do N.T., muitas delas pertencem a uma data bem próxima à dos originais. Há aproximadamente setenta e cinco fragmentos de papiro datados de 135 DC até o oitavo século, possuindo partes de 25 dos 27 livros, num total de 40% do texto. As muitas centenas de cópias feitas em pergaminho incluem o grande Códice Sinaítico (quarto século), o Códice Vaticano (também quarto século) e o Códice Alexandrino (quinto século). Além disso, há cerca de 2.000 lecionários (livretos de uso litúrgico que contêm porções das Escrituras), mais de 86.000 citações do N.T. nos escritos dos Pais da Igreja, antigas traduções latinas, siríaca e egípcia, datadas do terceiro século, e a versão latina de Jerônimo. Todos esses dados, mais o trabalho feito pelos estudiosos da paleografia, arqueologia e crítica textual, nos asseguram possuirmos um texto exato e fidedigno no N. Testamento.

Abreviações:

A.T. = Antigo Testamento
N.T. - Novo Testamento

Fonte: “A Bíblia Anotada”

ARQUEOLOGIA BÍBLICA-Moisés escreveu mesmo o Pentateuco?


Moisés escreveu mesmo o Pentateuco?


Até pouco tempo atrás, afirmava-se que a invenção do alfabeto teria ocorrido pelos séculos 12 ou 11 a.C., sendo esse argumento apresentado para “provar” que Moisés não podia ter escrito o Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia), visto que em seu tempo não haviam ainda inventado a arte de escrever. No entanto, escavações arqueológicas nas ruínas da cidade de Ur, na antiga Caldeia, têm comprovado que ela era uma metrópole altamente civilizada. Nas escolas de Ur, os meninos aprendiam leitura, escrita, Aritmética e Geografia. Três alfabetos foram descobertos: junto do Sinai, em Biblos e em Ras Shamra, que são bem anteriores ao tempo de Moisés (1500 a.C.).

Estudiosos sustentam que Moisés escolheu a escrita fonética para escrever o Pentateuco. O grande arqueólogo William F. Albright datou essa escrita de início do século 15 a.C. (tempo de Moisés). Interessante é notar que essa escrita foi encontrada no lugar onde Moisés recebeu a incumbência de escrever seus livros (Êx 17:14). Veja o que disse Merryl Unger sobre a escrita do Antigo Testamento: “A coisa importante é que Deus tinha uma língua alfabética simples, pronta para registrar a divina revelação, em vez do difícil e incômodo cuneiforme de Babilônia e Assíria, ou o complexo hieróglifo do Egito.”

Deus sempre sabe mesmo o que faz! Pense bem: se o alfabeto tivesse sido realmente inventado pelos fenícios, cuja existência foi bem posterior à de Moisés, e se as escritas anteriores – hieroglífica e cuneiforme – foram decifradas apenas no século 19, como poderia Moisés ter escrito aqueles livros? Se o tivesse feito, só poderia usar os hieróglifos, escrita na qual a Bíblia diz que Moisés era perito (At 7:22). Nesse caso, o Antigo Testamento teria ficado desconhecido até o século 19, quando o francês Champollion decifrou a antiga escrita egípcia. Acontece que, no princípio do século 20, nos anos 1904 e 1905, escavações na península do Sinai levaram à descoberta de uma escrita muito mais simples que a hieroglífica – e era alfabética! Com essa descoberta, a origem do alfabeto se transportava da época dos fenícios para a dos seus antecessores, séculos antes, os cananitas, que viveram no tempo de Moisés e antes dele.

Portanto, foram esses antepassados dos fenícios que simplificaram a escrita. E passaram a usar o alfabeto em lugar dos hieróglifos, isto é, sinais que representam sons ao invés de sinais que representam ideias. Moisés, vivendo 40 anos na região de Mídia, onde essa escrita era conhecida, viu nela a escrita do futuro, e passou a usá-la por duas grandes razões: (1) a impressão grandiosa que teve de usar uma língua alfabética para seus escritos e que se compunha de apenas 22 sinais bastante simples comparados com os ideográficos que aprendera nas escolas do Egito; e (2) a compreensão de que estava escrevendo para seu próprio povo, cuja origem era semita como a dos habitantes da terra em que estava vivendo, e que não eram versados em hieróglifos por causa de sua condição de escravos.*

(Michelson Borges, jornalista e mestrando em teologia pelo Unasp)

(*) De acordo com Siegfried Schwantes, Ph.D em línguas semíticas pela Johns Hopkins University, o vocabulário da última parte do livro de Gênesis e do livro de Êxodo evidencia a influência da língua egípcia sobre o hebraico. A palavra para “linho fino”, por exemplo (Gn 41:42), é shesh, e curiosamente em egípcio é shash. Outro exemplo é a palavra “selo” (Gn 38:18, 25). Na forma hebraica é hotam, enquanto seu equivalente egípcio é htm. Um último exemplo (para ficar apenas com três) é o vocábulo hebraico taba’at, cujo significado é “anel” ou “sinete”, e parece ser derivado do termo egípcio db’t. “É uma palavra rara e denota familiaridade do autor com o meio egípcio”, escreveu Schwantes em seu livroArqueologia (São Paulo: IAE, 1988), p. 28. Estudos mais amplos nessa área têm sido produzidos por James Hoffmeier, do Trinity Evangelical Divinity School, nos Estados Unidos.

AS ORIGENS DA BÍBLIA

AS ORIGENS DA BÍBLIA

MILLER, John. As origens da Bíblia. São Paulo: Loyola, 2004, 218 p.


Até o século IV a relação dos livros considerados canônicos pela igreja cristã não havia sido definida com clareza. Todo o processo de formação do cânon foi difícil e complexo, ao contrário do que defendem muitos livros cristãos, que apresentam informações simplistas visando defender o cânon aceito por seus respectivos segmentos religiosos.

Encontrei em “As origens da Bíblia” de John Miller, um ótimo referencial de apoio ao estudo do tema. Segue um trecho do livro:
“Por uma grande variedade de razões, o lugar normativo da Bíblia em nossas igrejas e em nossa cultura sofreu erosão e já não pode ser tido por certo. A consciência intuitiva disso entre teólogos, estudiosos bíblicos e pastores fez surgir uma multiplicidade de pesquisas e publicações tendo por foco a Bíblia como cânon. Muitos agora questionam: o que é na verdade a Bíblia?  Como ela adveio? Que papel se pretendia que desempenhasse no mundo de hoje? Nos capítulos a seguir, busco dar uma contribuição a esse importante campo de estudo ao demonstrar de que maneira veio a Bíblia cristã a ser composta em meio a duas épocas de crise e de reforma: a primeira, que se estende do século V ao século II a.C., quando as Escrituras hebraicas dos judeus foram reunidas; a segunda, que abarca os século I e II d.C., quando essas mesmas Escrituras foram defendidas, suplementadas e renascidas como a Bíblia da Igreja. Em consequência ocupam aqui o papel principal das Escrituras hebraicas da Bíblia cristã: quando, por que e como foram reunidas, qual era sua mensagem no início e porque mais tarde se converteram em parte integrante das escrituras cristãs.”
O autor é professor emérito da faculdade menonita Conrad Grebel, da Universidade de Waterloo, Canadá. 

O VESTUÁRIO DOS TEMPOS BÍBLICOS

O guarda-roupa do indivíduo que vivia nos tempos bíblicos era básico.  Uma tanga (talvez) era usada por baixo da túnica, e também se usava alguma forma de cobertura para a cabeça. Calçados e casaco eram opcionais. As pequenas variações nesse padrão durante os dias bíblicos ficavam no terreno das cores, material e estilo, em vez de nas provisões básicas, pois roupas desse tipo se adaptavam melhor a um clima relativamente quente. Paulo usava a túnica presa na cintura por um cinto, como uma metáfora para o estilo de vida do povo escolhido de Deus (Cl 3.12), e todos compreendiam que ele falava do que era básico.


A roupa de baixo, quando usada, era uma tanga ou saiote. Pedro usava a tanga quando ficava "nu" ou "despido" no barco de pesca da família (Jo 21.7). Jesus foi crucificado usando apenas a tanga, porque os soldados já haviam removido sua túnica (Jo 19.23).

A Túnica
A túnica era a peça essencial, sendo feita de dois pedaços de material, costurado de forma que a costura ficasse horizontal, à altura da cintura. Quando eram tecidas litas no material do tear, elas caíam verticalmente no tecido acabado. A túnica era como um saco em muitos aspectos. Havia uma abertura em V para a cabeça, e cortes feitos nas duas laterais para os braços. A túnica era geralmente vendida sem a abertura em V, para provar que era realmente nova. O material podia ser lã, linho ou até algodão, segundo as posses do usuário. As túnicas feitas de pano de saco ou pelo de cabra eram muito desconfortáveis por causarem irritação na pele. Só eram então usadas em épocas de luto ou arrependimento.

As túnicas masculinas eram quase sempre curtas e coloridas; as das mulheres chegavam aos tornozelos e eram azuis, com bordados no decote em "V", o que em alguns casos indicava a aldeia ou região do usuário. A túnica usada por Jesus deve ter sido da última moda, por não ter a costura central. Teares preparados para acomodar o comprimento total da túnica só foram inventados nos seus dias (veja Jo 19.23).

A túnica era presa à cintura por um cinto de couro ou tecido áspero. O cinto tinha às vezes uma abertura, para colocar um bolso onde guardar dinheiro ou outros pertences pessoais (Mc 6.8). O cinto era também útil para enfiar armas ou ferramentas ( 1 Sm 15.13). Quando os homens precisavam de liberdade para trabalhar ou correr, levantavam a barra da túnica e a prendiam no cinto, tendo assim maior liberdade de movimento. isso era chamado de "cingir os lombos", e a frase tornou-se uma metáfora para os preparativos. Pedro recomenda, por exemplo, discernimento claro, aconselhando os cristãos a cingirem o seu entendimento ( 1 Pe 1.13). As mulheres também levantavam a barra da túnica - no caso delas - para levarem coisas de um lugar para outro. Não eram usadas roupas de dormir no fim do dia; o cinto era afrouxado e a pessoa deitava-se com a sua túnica.

ROUPAS MASCULINAS.
ESQUERDA PARA DIREITA: TRABALHADOR COM A TÚNICA ENROLADA
NO CINTO; HOMEM USANDO MANTO DE LÃ GROSSA SOBRE A TÚNICA;
HOMEM RICO COM MANTO FRANJADO E COLORIDO.


O Manto
Quando o indivíduo era suficientemente rico para comprá-lo, ou quando o frio exigia, um manto (ou capa) era usado sobre a túnica. Os mantos eram feitos de duas formas. No campo, onde o calor era determinante, eles enrolavam material pesado de lã ao redor do corpo, costurando-o na altura dos ombros e abrindo fendas para a passagem dos braços. O manto era a única forma de proteção para muitos, portanto, mesmo recebido como penhor de um empréstimo, ele tinha de ser devolvido ao dono antes do anoitecer para que pudesse agasalhar-se na friagem da noite (Êx 22.26,27). pela mesma razão um tribunal judeu jamais daria um manto como recompensa.

O outro tipo de manto era como um vestido frouxo com mangas largas. Quando feito de seda era um traje de gala, e o indivíduo rico jamais sairia de casa sem ele. os fariseus usavam franjas azuis na orla de seus mantos, a fim de que os outros vissem que eles guardavam a lei registrada em Números 15.38,39. Em vista de essa prática tender ao exibicionismo, ela foi condenada por Jesus (Mt 23.5). A mulher que sofria de hemorragia quis provavelmente tocar essa extremidade do manto de Jesus (Mt 9.20).

Calçados
Os pobres quase sempre andavam descalços, mas outros usavam sandálias simples. A sola era feita de um pedaço de couro de vaca cortado na forma do pé. Ela era ligada ao pé por uma tira comprida que passava através da sola, entre o dedo maior e o segundo dedo do pé, e era amarrada ao redor do tornozelo (Lc 3.16). Um outro modelo prendia alças feitas ao redor da sola com uma tira, cruzando-as por sobre o pé. Chinelos eram também usados.

SANDÁLIA DE COURO DO SÉC. I D.C., ENCONTRADA NA 
FORTALEZA DE MASSADA.


Chapéus
A maioria dos homens parece ter usado uma cobertura no alto da cabeça: um pedaço de material dobrado em forma de tira com um dos lados virado para cima, de modo a dar uma aparência de turbante. As mulheres usavam um quadrado de material dobrado para proteger os olhos e que caía sobre o pescoço e ombros, como proteção completa contra o sol, o qual era mantido no lugar por um cordão trançado. Um véu transparente era usado algumas vezes sobre a cabeça para que a mulher não mostrasse o rosto em público. Só o marido podia ver a face da esposa. Rebeca ocultou assim o rosto antes de casar-se com Isaque ( Gn 24.65). Na cerimônia de casamento o véu era retirado do rosto da noiva e colocado no ombro do noivo, com a declaração: "O governo está sobre os seus ombros" (Is 9.6).

Limpeza das Roupas
As roupas eram lavadas, permitindo que a água limpa de um regato passasse pela trama do tecido removendo a sujeira; ou colocando as roupas molhadas sobre pedras chatas e esfregando a sujeira. Davi usou a ideia de lavar roupas como símbolo da ação necessária para limpar o seu pecado (Sl 51.2). O sabão era feito de óleo de oliva ou um álcali vegetal.

TRAJES DE UM CASAL RICO.
NOTE O MANTO DELE COMO UM VESTIDO E AS MANGAS LARGAS;
A MULHER USA BRACELETES, PINGENTE, BRINCOS E TIRA NA CABEÇA.


Vestuário Básico
Bem poucos podiam adquirir roupas devido ao seu alto preço. Os pobres só tinham uma muda de roupa. Portanto era comum trocar uma pessoa por um par de sapatos (Am 2.6), e foi praticamente revolucionário dizer ao povo que desse as túnicas de reserva como fez João Batista (Lc 3.11). É interessante ver que na sua codificação da lei no século I d.C., os judeus fizeram uma lista de roupas que podiam ser resgatadas de uma casa incendiada no sábado - interessante porque a lista indica o valor das roupas e menciona peças familiares na época. A lista está dividida em duas seções, para homens e mulheres ( as crianças usavam versões menores das roupas dos adultos).

Muitos dos nomes das peças são gregos, mas os padrões básicos são exatamente os mesmos. As roupas tinham tamanha importância que rasgá-las em pedaços era um sinal de intenso sofrimento ou luto (Jó 1.20).



Ornamentação
Além das roupas, eles usavam muitos outros recursos, tais como maquiagem, enfeites e tratamento de cabelo. Esse aspecto era tão importante para as mulheres da época do Novo Testamento que as cristãs foram advertidas a se enfeitarem com um espírito manso e tranquilo ( 1 Pe 3.3,4). os cosméticos eram feitos com kohl (carbonato verde de cobre) ou com galena ( sulfeto negro de chumbo) (Ez 23.40).

ROUPAS E COSMÉTICOS DAS MULHERES ROMANAS SÃO
MOSTRADOS NESTE PAINEL DEDICADO PELAS SERVIÇAIS
DE UM SERVIÇO RELIGIOSO.


PENTE ROMANO DE MARFIM, INSCRITO COM O NOME
DE SUA PROPRIETÁRIA: MODESTINA.

Isaías descreve com detalhes a ornamentação usada em sua época (Is 3.18-21). Muitos dos brincos, braceletes e pingentes eram engastados com pedras preciosas, mas é extremamente difícil identificar a natureza exata das pedras nas linguagens antigas. Óleos eram usados como base para pigmentos que coloriam os dedos das mãos e dos pés. Os cosméticos poderiam ser aplicados com os dedos ou com uma pequena espátula de madeira. os homens usavam frequentemente um anel no dedo ou uma corrente ao redor do pescoço, mas esses anéis serviam mais para selar do que como decoração. Nos dias do Antigo Testamento, o cabelo era um item importante, sendo raramente cortado.

CAMPONESA (EM PRIMEIRO PLANO) - NOTE AS SANDÁLIAS
SIMPLES DE COURO - E UMA MULHER RICA. AMBAS TÊM A CABEÇA COBERTA.



Curiosidades

Roupas masculinas/Roupas femininas
Deuteronômio 22.5.  Em vista da túnica ser tão básica, ela era idêntica para homens e mulheres, exceto que a do homem era geralmente mais curta ( na altura do joelho) e a da mulher mais longa ( na altura do tornozelo) e azul. A proibição de trocar as roupas teve sua origem no estímulo sexual que fazia parte da religião cananita.

O "casaco colorido de José"
Gênesis 37.3.  José ganhou uma túnica feita de muitas peças. As peças adicionais eram provavelmente mangas compridas que atrapalhavam quando havia serviço a fazer. (Quando as mulheres usavam mangas longas e largas, elas as amarravam atrás do pescoço, para que os braços ficassem livres). Isso indicava que José não devia fazer trabalho pesado; ele era o herdeiro escolhido para governar a família.

O manto e a túnica
Mateus 5.40; Lucas 6.29.  Jesus não entendera mal e não estava se contradizendo. No primeiro caso, Jesus falava sobre o tribunal que podia tirar a túnica, mas não a capa da pessoa. No segundo caso, um ladrão iria roubar primeiro a roupa de cima, que era valiosa.

Cobrindo a cabeça das mulheres
1 Coríntios 11.10.  As mulheres andavam com a cabeça coberta e usavam véu fora de casa. Só as prostitutas mostravam a face e exibiam os cabelos para atrair os homens. Paulo diz então aos cristãos que se uma mulher não usar véu na igreja, deve ter a cabeça raspada; mas é melhor que cubra a cabeça. Mesmo quando os cristãos têm liberdade para a prática da sua fé, não devem contrariar os bons costumes.

A armadura de Deus
Efésios 6.10, 11.  Paulo se refere à roupa usada pelo soldado. Ele combina a profecia de Isaías sobre a armadura de Deus ( Is 59. 16, 17) com o que sabe sobre o soldado romano. Por baixo da armadura do soldado estava uma vestimenta básica para "ficarem firmes", de modo que a armadura (casaco e saia de couro cobertos com placas de metal) pudesse ajustar-se por cima. os soldados romanos tinham sandálias pregadas com tachas grandes que firmavam seus pés no chão. Paulo usa a descrição para dizer que o diabo não poderá derrubar os cristãos se eles forem estritamente honestos, absolutamente justos em seus tratos e não se deixarem perturbar facilmente. Acrescente a isso uma salvação que os capacita a viver segundo o padrão de Deus, com acesso ao que Deus disse e confiança nEle, e o cristão estará bem protegido.

Os trajes do sacerdote
Êxodo 28. Os sacerdotes usavam uma roupa de linho sobre a parte de cima da túnica, talvez para mantê-la limpa, chamada estola ( 1 Sm 2.18, 19). O sumo sacerdote usava roupas especiais, mas continuava seguindo a provisão básica. A túnica era azul, a estola ricamente bordada, e havia nesta uma espécie de bolsa incrustada de jóias contendo dois discos para determinar a vontade de Deus, ao serem lançadas sortes. A capa era branca. Ele usava um turbante especial na cabeça.


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